Vi hoje no jornal da hora de almoço da SIC uma reportagem sobre o inventário que a Santa Casa da Misericórdia esteve a fazer em toda a cidade de Lisboa, por forma a sinalizar os idosos solitários e com problemas.
Já conhecia a iniciativa, até porque também passaram aqui por casa e falaram com a minha avó, que graças a Deus vive acompanhada e não sofre de problemas deste género.
Mas mesmo assim fiquei horrivelmente tocada com os casos apresentados na reportagem. Sei que também devem ter encontrado um bom número de pessoas como a minha avó, mas sei que encontraram um número muito maior de pessoas como as da reportagem.
Todos sabemos que há pessoas de muita idade que vivem completamente sozinhas e com recursos difíceis, mas ver uma senhora com mais de 80 anos e uma filha incapacitada a ser cargo, a dizer que existem dias em que apenas come pão e bebe café porque o dinheiro não chega para mais, deixou-me destruída. Até as lágrimas me vieram aos olhos, principalmente porque a senhora aparentava estar tão conformada com a situação... Parecia quase uma coisa normal :(
Estas coisas dão-nos um murro no estômago de tal tamanho que é difícil não parar de pensar nelas. Ainda bem que existem instituições como a Santa Casa da Misericórdia para poderem ajudar estas pessoas, mas mesmo assim o facto de saber que é impossível chegar a todos, deixa-me de coração partido.
5 comentários:
Acho tão feio a forma como as pessoas descartam os velhotes...
Vi essa reportagem ontem á noite e fez-me tanta confusão...
Toca-me tanto estas situações. :(
Um dos reflexos de uma sociedade ou até mesmo de um país é a forma como trata as suas crianças e os seus idosos. O nosso não está a ficar muito bem retratado, pois a reportagem só falou sobre solidão e abandono não abordou temas como maus tratos, abusos e outras formas de violência tanto psicológica como física. Toda a sociedade teria muito mais a ganhar se conseguisse olhar para os nossos idosos como fontes de sabedoria e experiências já vividas e não como velhos inúteis e empecilhos.
M.
Também com lágrima nos olhos agora. É a sociedade que temos.
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